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QUARESMA E O LÓROGÚN 2017
QUARESMA E O LÓROGÚN 2017

Na quarta feira de cinzas inicia-se o período da Quaresma católica e nada mais justo que falarmos de um ritual que está intrinsecamente ligado a este período cristão: o Lórogún. Ele iniciou-se em razão da proibição dos escravos celebrarem seus cultos durante a semana santa.
"O Lórogún é uma cerimônia que marca a paralisação das atividades do Candomblé, e que coincide propositadamente com o período da Quaresma católica. É realizado após o Carnaval, com o Siré Ogún - brincadeira de guerra, numa simulação de luta entre duas alas previamente escolhidas. A ala em que primeiro se manifestar o Orixá será a vencedor. O Lórogún é a motivação para o descanso dos componentes do Candomblé.
Neste ritual não acontece sacrifício animal, embora seja oferecida comida ritual não só aos Deuses, mas à todos os participantes, servido diretamente por todos os orixás do terreiro, extraordinariamente vestidos com roupas estampadas, menos os orixás funfuns que sempre estão com os seus vestes brancos. A comida é comportada em duas capangas à tira colo e distribuída a todos os presentes, depois estas capangas são penduradas na árvore sagrada do terreiro.
Em seguida, todos os orixás saem com um ichã devido enrolado com tecidos ou papéis e começam simbolicamente uma luta, parecido com maculelê, este mesmo objeto é levado e depositado aos pés da árvore sagrada do terreiro. Neste momento todos os orixás seguram nas mãos uma quantidade de folha sagrada, que são passadas no corpo de todos os presentes, inclusive uns aos outros, formando um verdadeiro alarido, dando uma impressão de briga "guerra" que é interrompida com a manifestação de Oxalá, imediatamente tudo volta a calmaria e todos dançam sob um grande alá (pano branco), os cânticos sagrado deste orixá da paz."
Esse ritual está quase extinto por estar ligado diretamente à religião católica, como também, pelo fato de ter que obrigatoriamente suspender as atividades do terreiro durante todo esse período de "trégua", em que diz-se que os Orixás "voltam à África".
Como não há, nos dias atuais, a necessidade do sincretismo, e também, a impossibilidade de paralisação das atividades de uma casa de axé, o ritual do Lórogún vem sendo esquecido.
BENISTE, J. Orun Aye: Encontro de Dois Mundos